Processadores Intel explicados: do Celeron ao Core i7

Processadores Intel explicados: do Celeron ao Core i7

No passado, processadores eram classificados basicamente pelo clock. Os GHz disponíveis diziam muito sobre a CPU, uma forma rápida e fácil de diferenciar dois modelos. Com o passar dos anos, ele passaram a contar com diversos núcleos, gráficos integrados e tecnologias internas que tornaram a sua diferenciação mais complexa. Isso fez com que a Intel trabalhasse com diversas famílias de processadores, segmentando seus modelos conforme o público-alvo.

Mas qual é a diferença real, na prática? O que faz o Core i7 ser tão diferente de um Pentium, por exemplo? É isso que vamos entender nesse artigo sobre os processadores Intel.

Este ano a Intel anunciou o encerramento da linha Atom, fazendo do Celeron o modelo mais básico da empresa. As gerações atuais trabalham com 2 ou 4 núcleos, comumente com clocks mais baixos, assim como TDPs menores. Essas características fazem do Celeron uma opção ideal para máquinas mais simples e baratas, assim como mais finas, como os Chromebooks. O mesmo vale para a distribuição de caches, as menores disponíveis entre todos os modelos de processadores Intel.

As características que fazem do Celeron um bom processador são as suas limitações internas. Ele pode endereçar apenas 8 GB de memória RAM em algumas versões, além de trazer os gráficos mais básicos da Intel. O próprio chipset também é bastante limitado, suportando menos portas USB, SATA e linhas PCI Express. Ou seja, é voltado para máquinas bastante básicas, onde o foco é manter o custo mais acessível.

Essencialmente, o Pentium é um Celeron um pouco mais potente. Os clocks são consideravelmente maiores, assim como o cache, o que se traduz em um desempenho final perceptivelmente maior. Ainda mantendo uma boa relação custo-benefício, o Pentium suporta mais memória RAM (chegando até 64 GB), possui gráficos integrados superiores (telas até 4K) e trabalha com as APIs mais recentes, como o DiectX 12.

Mais interessante ainda, suporta até 16 linhas PCI Express 3.0, tornando-o uma opção mais interessante para o gamer casual.

Agora as coisas começam a ficar mais interessantes. Tanto o Celeron quanto o Pentium estão disponíveis em configurações de 2 ou 4 cores, enquanto o Core i3 é limitado a 2 núcleos. Isso quer dizer que ele é inferior aos dois? Pode parecer contraintuitivo, mas o Core i3 consegue ser mais potente mesmo com menos núcleos. O principal motivo desse desempenho extra é o suporte ao Hyperthreading, tecnologia que faz com que cada núcleo consiga processar duas instruções iguais como se fossem uma.

Os sistemas operacionais interpretam o Hyperthreading como se cada núcleo seja “duplo”, mas não é isso que acontece na prática. A execução do sistema, ou de qualquer programa ou jogo, possui diversas instruções idênticas e sequenciais. Ao invés de usar dois ciclos de clock, o Hyperthreading as executa usando somente um. Isso resulta, na prática, em uma melhoria de cerca de 30% em média por núcleo.

Além disso, o Core i3 suporta os chipsets mais recentes da Intel, compartilhando o mesmo soquete do Core i5 e Core i7. Ou seja, não fica limitado em nenhum quesito, seja quantidade (e tecnologia) de memória RAM, seja no suporte às placas de vídeo mais recentes. Restritos a dois núcleos desde as primeiras versões, o Core i3 é a opção mais balanceada da Intel, voltado para quem busca uma máquina equilibrada para as tarefas do dia a dia e jogos ocasionais.

Aqui já começamos a entrar no território de alto desempenho dos processadores Intel. Com o Core i5, voltamos a ter opções de 2 ou 4 núcleos. Mas há um porém: todos os modelos – pelo menos até a sexta geração – são limitados a 4 threads. Ou seja, modelos dual-core trazem o Hyperthreading. Os modelos quad-core, não, focando no poder de fogo dos núcleos combinados.

De qualquer forma, o Core i5 tem um diferencial importante em relação ao Core i3. Trata-se do Turbo Boost, que aumenta a frequência de operação dos núcleos se o processador está bem refrigerado. É uma espécie de overclock controlado de fábrica, e o resultado é um ganho de performance perceptível na grande maioria das aplicações.

O Turbo Boost está presente nos modelos de dois núcleos e nos de quatro núcleos. E funciona de uma forma bastante inteligente também. Algumas aplicações não podem ser divididas em vários núcleos, tornando a eficiência single-core essencial. Nesse caso, o Turbo Boost aumenta seletivamente a frequência de operação de um núcleo individual, acelerando essas aplicações.

Tudo isso acontece muito rápido, fazendo o Core i5 uma opção ideal para quem não quer deixar um excelente desempenho de lado.

Nos modelos de processadores Intel que vimos de até então, explicamos que cada uma das linhas é limitada em algum aspecto. Já o Core i7 não é limitado a nada, sendo o modelo mais potente da Intel em qualquer geração. Ele está disponível em versões de dois núcleos (versões de baixa voltagem) até 10 núcleos. Independentemente disso, todos os modelos trazem Turbo Boost e Hyperthreading. Ou seja, podem chegar até 20 threads, como é o caso do Core i7-6950X da série Extreme Edition.

E, claro, o Core i7 conta com todas as tecnologias da Intel, sendo a melhor opção para quem prioriza desempenho acima de tudo. Independentemente de geração, tamanho da máquina ou qualquer outro quesito, ele é a escolha certa para gamers hardcore e profissionais multimídia, que necessitam de um processador poderoso para rodar programas CAD e editores de vídeo.

Por fim, temos o Core M, linha mais recente de processadores Intel. Com clocks bastante reduzidos, mas um Turbo Boost poderoso, ele é voltado para máquinas extremamente finas, como o Macbook. Seu foco está longe de ser desempenho, mas sim uma experiência de uso equilibrada em modelos que não exigem coolers ativos. Aliás, esse é o principal motivo de seu clock ser tão reduzido, ainda que isso não comprometa a performance como pode parecer à primeira vista.

Mesmo com clocks menores, o Core M consegue níveis de desempenho maiores do que o Celeron e o Pentium. Ainda assim, não é um modelo voltado para jogos, sendo voltado especificamente para notebooks que não contam com placas de vídeo dedicadas.

Há uma segunda forma de segmentação utilizada pela Intel: as letras. Cada um dos processadores Intel vem com uma combinação de letras que dizem muito sobre o que esperar dos modelos, e vamos explicar cada uma delas em um artigo futuro.

Leave a Replay